O biogás vem se consolidando como uma das principais soluções para energia limpa e gestão sustentável de resíduos no Brasil. Seja no agronegócio, na indústria alimentícia ou em plantas urbanas, a tecnologia permite transformar dejetos e resíduos orgânicos em energia elétrica, térmica ou combustível veicular (biometano).
Mas, como em qualquer projeto tecnológico, o sucesso não depende apenas do potencial da matéria-prima. Erros de planejamento, dimensionamento ou operação podem comprometer a eficiência, a rentabilidade e até a viabilidade econômica do investimento.
A seguir, reunimos os 5 erros mais comuns em projetos de biogás e como evitá-los.
1. Subestimar a caracterização dos resíduos
Um erro recorrente é iniciar o projeto sem uma análise detalhada da composição e do poder metanogênico dos resíduos disponíveis.
Por que é um problema? Resíduos diferentes têm potenciais energéticos distintos. Sem essa caracterização, o dimensionamento do biodigestor pode ser impreciso, levando a baixa produção de biogás ou instabilidade operacional.
Como evitar: realizar testes laboratoriais de demanda bioquímica de oxigênio (DBO), demanda química de oxigênio (DQO) e potencial bioquímico de metano (BMP) antes de qualquer decisão de projeto.
2. Dimensionamento inadequado do biodigestor
Muitos projetos falham por não alinhar o volume do reator à real disponibilidade de substrato.
Por que é um problema? Um reator superdimensionado gera custos desnecessários de CAPEX e OPEX; já um subdimensionado limita a produção energética.
Como evitar: investir em simulações de balanço de massa e energia, além de considerar variações sazonais na geração de resíduos.
3. Negligenciar a qualidade do biogás e a purificação
Focar apenas na quantidade de biogás produzido sem planejar a remoção de contaminantes é um erro crítico.
Por que é um problema? A presença de H₂S, umidade e partículas compromete a eficiência dos motores de geração, aumenta a corrosão e reduz a vida útil dos equipamentos.
Como evitar: implementar sistemas de pré-tratamento e purificação, como filtros de carvão ativado e dessulfurização, desde o início da operação.
4. Ignorar a integração com a planta consumidora de energia
Em muitos casos, o biogás é tratado como solução isolada, sem uma análise da integração com o sistema energético da empresa.
Por que é um problema? Pode gerar desperdício energético, baixa taxa de aproveitamento e dificuldade em monetizar excedentes.
Como evitar: projetar sistemas integrados de cogeração (elétrica e térmica), armazenamento e até injeção em rede de gás natural quando aplicável.
5. Falta de plano de operação e manutenção especializada
O biogás não é um sistema “plug and play”. Exige monitoramento e manutenção contínua.
Por que é um problema? Sem equipe capacitada, há riscos de queda de eficiência, paradas não planejadas e até acidentes ambientais.
Como evitar: estruturar treinamento técnico para operadores, adotar sensores IoT para monitoramento remoto e firmar parcerias com especialistas para manutenção preventiva.
Projetos de biogás mal estruturados podem se transformar em grandes prejuízos, mas, quando bem planejados e executados, são altamente rentáveis e sustentáveis. O segredo está em antecipar riscos, dimensionar corretamente e operar com base em dados reais.
Na M Lima Biogás, desenvolvemos soluções completas em reatores de bancada, consultoria técnica e projetos customizados que garantem eficiência energética e sustentabilidade para indústrias e produtores do agro.
